domingo, 22 de novembro de 2009

Armas Químicas




As armas químicas são baseadas em substâncias químicas que possuem propriedades tóxicas. As armas químicas diferem de armas convencionais ou nucleares porque seus efeitos destrutivos não são principalmente decorrentes da força explosiva. A categoria de armas químicas pode incluir, além das armas químicas propriamente ditas, também aquelas que utilizam prevalentemente venenos de origem biológica.
A utilização de uma arma química visa vantagens táticas imediatas aliadas a uma estratégia a longo prazo. É usada basicamente com os intuitos de:
* Interditar o terreno.
* Impedir o reagrupamento das forças inimigas.
* Permitir o ataque a uma posição fechada.
* Estender o alcance a grandes áreas, uma vez que devido à sua mobilidade, o gás toxico pode formar nuvens 5 a 25 vezes mais ampla do que a área de aplicação.
Os gases podem ser espalhados por obuses de artilharia, ogivas de mísseis, ou bombas de aviação.
As substâncias químicas utilizadas nesse tipo de arma são capazes de matar ou causar danos a pessoas e ao meio ambiente. Alguns exemplos são o gás mostarda, o cloro (Cl2), o ácido cianídrico(HCN), o gás sarim, o agente laranja ou o Napalm. Têm sido utilizadas tanto para reprimir manifestações civis - como é o caso do gás lacrimogêneo - quanto em grandes conflitos.

Gás mostarda

Este gás é causador de graves irritações na pele e nos olhos, comumente conhecido como agente pustulento. O gás mostarda também causa supressão da medula óssea e lesão neurológica e gastrointestinal, provocando também mudanças celulares em poucos minutos de contato. Não existe antídoto para a exposição ao gás mostarda. É incolor no estado puro, no entanto, ele é encontrado geralmente, na sua forma impura, sendo assim, possui uma coloração que varia de amarelo a marrom, possuindo um odor característico de alho ou mostarda. Sua fórmula molecular é C4H8Cl2S. Seu ponto de fusão é -217°C; seu ponto de ebulição é -13°C; e sua massa molar vale 159,07 g/mol.

Sarin

Possui a fórmula molecular C4H10FO2P.
Ele é um composto orgânico do tipo organo fosforado. Sendo usado desde a Segunda Guerra Mundial, ele age de maneira rápida e é muito tóxico, sendo que ele sofre variação com o pH do meio, ou seja, a sua meia vida, à temperatura de 25°C sofre queda com a diminuição ou com a elevação do pH, sendo ele, atuante na sua forma mais 'potente' com pH do meio entre 2 e 8, aproximadamente, sendo assim, ele age bem em pH ácido. A sua meia vida é contada em horas. O ácido fosfórico age como catalisador, sendo a temperatura também ajudante na velocidade de hidrólise do composto. O Sarin pode ser utilizado em mísseis, por exemplo, sendo colocado em mistura com outros compostos, entre eles o isopropanol, o isopropalamina com ácido fluorídrico, geralmente. Essa substância apresenta ponto de fusão de -56°C; ponto de ebulição de 147°C; e densidade de 1,089.

A guerra química moderna surge na I Guerra Mundial, para superar a luta nas trincheiras, derrotando o inimigo com gases venenosos. No conflito, as armas químicas mataram ou feriram cerca de 800 mil pessoas. Durante a Segunda Guerra Mundial, também foram utilizadas armas químicas. As armas químicas mais temidas são os Agentes organofosforados, que agem sobre o sistema nervoso, bastando pequenas quantidades sobre a pele para provocar convulsões e morte. Se o conceito de arma química for ampliado, também pode ser incluído o herbicida Agente laranja, sem efeito imediato em seres humanos, que foi usado pelos norte-americanos na Guerra do Vietnã. Na guerra entre Irã e Iraque (1980-1988), os iraquianos usaram armas químicas contra o inimigo e voltaram a usá-las posteriormente, em 1991, contra aldeias curdas do norte do país.

A Convenção de Armas Químicas (CWC) é conseqüência do Protocolo de Genebra de 1925, que proíbe o uso de gases tóxicos e métodos biológicos para fins bélicos. Vários países assinaram o acordo, antes da II Guerra Mundial, quando foram interrompidas as negociações. A discussão do protocolo só foi retomada com o fim da Guerra Fria. Finalmente, em 1993, a CWC foi concluída, sendo adotada a partir de abril de 1997. No mês seguinte foi criada a Organização para a Proibição de Armas Químicas, encarregada de supervisionar a destruição de arsenais químicos e assegurar a não-proliferação de armas químicas, com exceção do gás lacrimogêneo para conter revoltas e tumultos, medida considerada pacificadora.
Há, entretanto, outros produtos químicos usados para fins militares e que não estão listados na Convenção, tais como:
· Desfolhantes, que destroem a vegetação mas cujos efeitos tóxicos sobre os seres humanos não são imediatos, como o agente laranja
· Incendiários ou explosivos, como napalm, também extensivamente usado pelos Estados Unidos no Vietnã.
· Vírus, bactérias ou outros organismos, cujo uso é classificado como guerra biológica. As toxinas produzidas por organismos vivos podem ser consideradas armas químicas, já que envolvem processos bioquímicos, porém são objeto da Convenção de armas biológicas.
Até 20 de novembro de 2008, apenas Angola, Bahamas, Coréia do Norte, Egito, Iraque, Israel, Myanmar, República Dominicana, Síria e Somália não tinham ratificado a Convenção.

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